Sobre as Paradas

As Paradas do Orgulho de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Travestis e Transexuias (LGBT) iniciaram-se em 28 de junho de 1970, em Nova Iorque, no primeiro aniversário da rebelião de Stonewall – confronto num bar gay da cidade que sofria freqüentes batidas da polícia.

Em 28 de junho de 1969, os freqüentadores desse bar se revoltaram e reagiram. A rebelião durou 3 dias, e passou para a história como o início do movimento social de gays, lésbicas, travestis e transsexuais por seus direitos.

No Brasil, as Paradas começaram a surgir nas principais capitais a partir da metade dos anos 90. Em Pernambuco, a primeira edição da Parada da Diversidade foi em 2002, e foram mobilizadas (segundo dados da polícia militar) cerca de 4.000 pessoas. No segundo ano (2003) o número alcançou a casa de 10.000 pessoas. Em 2004 foram mais de 18.000 e, 25.000 em 2005 e no ano de 2006, chegamos ao número de 40.000 participantes. Em 2010, tivemos uma média de 200 mil pessoas e em 2011, entorno de 500 mil pessoas.

O conceito de direitos humanos tem se expandido, e são a ele acrescidos novos direitos fundamentais, sejam eles políticos, civis, sociais, econômicos, culturais, individuais ou coletivos. Nesse cenário, encontram-se cada vez mais fortemente colocadas às questões relativas a orientação sexual e a identidade de gênero e, com isso, o reconhecimento dos direitos de homens e mulheres homossexuais enquanto direitos humanos fundamentais. A Cultura tem importante papel a cumprir na defesa dos direitos humanos, na garantia das liberdades individuais e coletivas e na promoção do desenvolvimento que crie oportunidades para todos e todas.

O segmento LGBT necessita estar inserido no contexto dessa participação, o que implica na superação de fatores como baixa auto-estima e auto-aceitação (comuns em pessoas que sofrem preconceito e discriminação). Nesse sentido, é fundamental propor ações que contribuam para o fortalecimento político da comunidade LGBT, através de ações de conscientização pela garantia dos direitos sexuais e promoção à livre expressão da sexualidade.

O Brasil apresenta índices preocupantes de violência contra suas minorias sexuais, e os números, infelizmente, nos colocam entre os países com maiores taxas de homicídio de natureza homofóbica. Estima-se que em 20 anos, mais de 2.500 gays, lésbicas e travestis foram assassinados no país. Estudos feitos a partir desses dados apontam a homofobia – medo, aversão e ódio aos homossexuais – como a principal causa desses e de outros atos de violência, que acabam não computados nas estatísticas oficiais. Pernambuco, segundo pesquisa do Grupo Gay da Bahia, é o segundo estado mais violento com relação a atitudes homofóbicas.

É necessário que toda a sociedade e os diferentes níveis de governo implementem ações com vistas a promoção do respeito a todas as diversidades que compõem a população brasileira, sejam de cor, raça, etnia e orientação sexual, reconhecendo a todos e a todas um verdadeiro e pleno acesso aos direitos humanos.